Sustentabilidade baseada na exequibilidade – O PMO em ação (Autor: Everton Michels)
Muito se fala hoje no tema Sustentabilidade. Ações temporais e pontuais acontecem diariamente nas organizações de forma a mostrarem em seus relatórios de sustentabilidade a cada ano, tais ações feitas, com a intenção na maioria das vezes de criar uma imagem positiva frente à sociedade.
Mas será que essas ações são realmente sustentáveis mesmo, visando o equilíbrio geral não só da organização, mas da própria sociedade como um todo?
Se sustentabilidade é resumidamente o equilíbrio entre fatores ambientais, sociais e econômicos, conhecido como TBL (Triple Bottom Line), e veja bem o que eu quero frisar, o equilíbrio!!!
Partindo dessa premissa, entramos em um campo obscuro e difícil de ser abordado. Fora as instituições sem fins lucrativos, toda e qualquer organização, visa é claro, o Lucro (Fator econômico). Mas a que ponto esse lucro é alcançado? É ai que entram os outros 2 fatores do TBL. Mesmo para se ter lucro precisaremos refletir até aonde nossa ânsia pelo crescimento, e que deveria ser inclusive pelo desenvolvimento, pode chegar.
É nesse divisor de águas que o PMO pode enaltecer sua competência, bem como fazer uso de uma de suas principais funções, que é a seleção e priorização do portfólio. O estudo de benchmarking do PMI Brasil em 2011 mostra que infelizmente as organizações não possuem um processo de seleção e priorização bem definidos, como se verifica na figura 1.
Baseado nisso, entre outros motivos, fica clara a intervenção mais que propícia do PMO quanto a definição e posterior utilização de um processo claro de seleção e priorização do portfólio. É aqui onde entra a exequibilidade.
Partindo da premissa que exequibilidade é a capacidade de se executar ou executar com equilíbrio, encontramos então uma abordagem interessante que Pacheco et al. (2011) propõem:
- Capacidade e habilidade de uma organização em atender as demandas explícitas e implícitas das sociedades, mostrando serem os seus resultados convergentes ao conceito de Desenvolvimento Sustentável.
Tendo o PMO um processo bem definido de seleção e priorização, bem como, sendo utilizado adequadamente, e este, levando em conta o ponto de vista da exequibilidade referente a própria Sustentabilidade e ao Desenvolvimento Sustentável, vislumbra-se então uma boa iniciativa para adequar nossos projetos ao que o mundo todo busca atualmente, que é:
“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazer as suas próprias necessidades” (COMISSÃO DE BRUNDTLAND – NOSSO FUTURO COMUM, 1991).
Referencias Bibliográficas
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso Futuro Comum. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.
PACHECO, W. Jr. et al. Sustentabilidade empresarial e a dimensão da exequibilidade. Navus – Revista de Gestão e Tecnologia. Florianópolis, SC, v. 1, n. 1, p. 67-81, Jul./Dez. 2011.
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